MANUAL DODGE POLARA 1980 (DOWNLOAD PDF)
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O Sobrevivente de uma Crise
Para entender o Polara de 1980, é preciso voltar um pouco no tempo. Ele nasceu em 1973 como Dodge 1800. O lançamento foi um desastre: o carro foi colocado no mercado às pressas, cheio de defeitos de fabricação, problemas no carburador, acabamento ruim e falhas mecânicas que mancharam sua reputação de forma quase irreversível. A Chrysler correu atrás do prejuízo, fez melhorias e, em 1976, rebatizou o carro como Dodge Polara para tentar limpar a imagem.
Em 1980, a situação era ainda mais complexa. A Chrysler do Brasil havia sido comprada pela Volkswagen no ano anterior (1979). Portanto, o Polara 1980 era, na prática, um carro da Dodge fabricado e vendido pela Volkswagen. Ele já era um sobrevivente, um remanescente da era Chrysler no país.
Análise Mecânica do Polara 1980
O modelo de 1980 já era um carro muito superior ao seu "eu" de 1973. A Volkswagen, conhecida por seu controle de qualidade mais rígido, manteve a produção com algumas melhorias.
Motor: O coração do Polara era um motor de 1.8 litro (1.799 cm³), 4 cilindros em linha, de concepção inglesa (origem Hillman Avenger). Em 1980, este motor entregava cerca de 82 cv na versão a gasolina. Era um motor de comando no bloco (OHV), com virabrequim de 5 mancais, o que lhe conferia robustez.
Carburador: Este sempre foi um ponto sensível no modelo. Após usar carburadores Solex e Hitachi em anos anteriores, os modelos de 1980 vinham majoritariamente com um carburador da marca SU (de fabricação Wecarbrás), que já estava bem acertado para o motor, proporcionando um funcionamento mais redondo e consumo razoável para a época.
Transmissão: O câmbio era manual de 4 marchas, com engates que não eram um primor de precisão, mas eram robustos. A tração era traseira, uma característica que, combinada com a boa distribuição de peso, dava ao Polara uma excelente estabilidade – um de seus maiores elogios na época.
Suspensão: Dianteira independente (McPherson) e traseira com eixo rígido. Era um conjunto que privilegiava o conforto e, como dito, a estabilidade, superando muitos concorrentes diretos nesse quesito.
Freios: Discos sólidos na dianteira e tambores na traseira. Um sistema adequado para o desempenho do carro, sem grandes problemas crônicos.
Versões e Novidades de 1980
Para o ano de 1980, a linha Polara trouxe pequenas atualizações estéticas e uma nova versão de topo:
Versões: L, GL e GLS.
Mudanças: Novos para-choques com ponteiras de plástico (uma modernização na época) e a placa traseira reposicionada para o espaço entre as lanternas.
Dodge Polara GLS: Esta foi a grande novidade. Era uma versão com apelo mais esportivo e luxuoso, direcionada ao público jovem. Tinha acabamentos externos em preto no lugar dos cromados, faixas laterais, painel mais completo com conta-giros e manômetro de óleo, e um acabamento interno mais caprichado.
O Fim da Linha
O destino do Polara foi selado pela sua nova dona. A Volkswagen não tinha interesse em manter um produto que concorria diretamente com seu campeão de vendas, o Passat. Além disso, a rede de concessionárias Chrysler estava sendo desmantelada.
Assim, em 1981, a produção de toda a linha Dodge no Brasil (Polara, Dart, Charger e as picapes) foi encerrada. O Polara saiu de linha com um total de pouco mais de 92 mil unidades produzidas desde 1973.
Em resumo, o Dodge Polara de 1980 era um carro injustiçado: um sedã médio-pequeno, confortável, muito estável e com um design atraente (especialmente o fastback de 2 portas), mas que nunca conseguiu se livrar completamente dos pecados de seu lançamento conturbado e que acabou sendo vítima de uma mudança de estratégia corporativa. Hoje, é um clássico raro e apreciado por entusiastas que conhecem sua verdadeira história.
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