CATÁLOGO DE PEÇAS WILLYS 1966 (DOWNLOAD PDF)
O Ano de 1966 para a Willys-Overland do Brasil: Luxo, Inovação e o Prenúncio de Mudanças
O ano de 1966 foi um marco para a Willys-Overland do Brasil, caracterizado pelo lançamento de seu modelo mais luxuoso, a introdução de inovações tecnológicas significativas e os primeiros sinais de uma grande mudança corporativa que alteraria para sempre seu destino. A empresa atingiu o ápice de seu prestígio, oferecendo uma linha diversificada de veículos que atendia a diferentes segmentos do mercado.
O Auge do Luxo: O Lançamento do Itamaraty
O grande destaque de 1966 foi o lançamento do Willys Itamaraty, uma versão ainda mais sofisticada do já consagrado Aero Willys 2600. Posicionado como o carro de luxo da marca, o Itamaraty apresentava um acabamento superior, com mais detalhes cromados, uma nova grade dianteira e lanternas exclusivas. O interior era um show de requinte, com painel de jacarandá maciço, bancos de couro e rádio de série.
Mecanicamente, o Itamaraty também trazia novidades. O motor de 6 cilindros foi aprimorado para 3.0 litros, entregando 132 cavalos de potência, um ganho significativo em relação ao Aero. Este modelo foi a resposta da Willys à crescente demanda por carros mais luxuosos e potentes no mercado brasileiro.
Inovação e Pioneirismo: A Primeira Limusine e o Câmbio Automático
Baseado no Itamaraty, a Willys desenvolveu a primeira limusine fabricada no Brasil: o Itamaraty Executivo. Este modelo exclusivo, alongado e com um interior primoroso, foi projetado para atender a altas autoridades e executivos. O Executivo contava com um vidro elétrico para separar o motorista dos passageiros, ar-condicionado e, em algumas versões, itens de luxo como gravador e barbeador elétrico. Apenas 27 unidades foram produzidas, tornando-o um dos carros mais raros e cobiçados da história automotiva nacional.
Além disso, a linha Willys de 1966 foi pioneira ao oferecer, pela primeira vez em um carro nacional, a opção de câmbio automático. Essa transmissão, importada, estava disponível para o Itamaraty, representando um grande avanço em conforto e tecnologia para a época.
A Linha de Utilitários e o Fim de uma Era Esportiva
A linha de utilitários continuava forte. A Rural Willys e o Pick-Up Jeep foram eleitos "Carro do Ano" pela revista Mecânica Popular, um reconhecimento da sua robustez e popularidade. A Rural, em particular, recebeu melhorias como um carburador recalibrado para maior economia de combustível e a substituição do dínamo pelo alternador, que permitia carregar a bateria mesmo em marcha lenta.
Em contrapartida, 1966 marcou o fim da produção do esportivo Willys Interlagos. Após cinco anos de sucesso nas ruas e nas pistas, a produção do primeiro esportivo nacional foi encerrada, deixando um legado de pioneirismo e paixão pelo automobilismo.
O Prenúncio da Mudança: A Aquisição pela Ford
Apesar do sucesso e do prestígio, os bastidores da indústria automobilística se agitavam. Em outubro de 1967, a Ford Motor Company adquiriu o controle acionário da Willys-Overland do Brasil. Embora a transição tenha se consolidado no ano seguinte, os eventos de 1966 já prenunciavam o fim de uma era. A aquisição marcou o início do processo de fusão das operações, que culminaria no desaparecimento gradual da marca Willys do mercado brasileiro nos anos seguintes, com seus modelos sendo rebatizados ou descontinuados pela nova gestão.
Portanto, 1966 representou para a Willys um ano de dualidades: o auge de sua engenhosidade e sofisticação, com o lançamento de modelos icônicos, e, ao mesmo tempo, o prelúdio do fim de sua trajetória como uma montadora independente no Brasil.
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