FOLDER FIAT 147




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A Saga do Fiat 147: O Pequeno Notável que Revolucionou o Brasil

Em 1976, o mercado automobilístico brasileiro, dominado por projetos antigos e robustos, foi sacudido pela chegada de um carro que representava um choque de modernidade: o Fiat 147. Primeiro veículo produzido pela recém-inaugurada fábrica da Fiat em Betim (MG), ele não era apenas um carro novo; era a introdução de um conceito europeu de design e engenharia que mudaria para sempre a forma como os brasileiros viam os carros pequenos.

Sua trajetória, que durou uma década (1976-1986), foi marcada por inovações, pioneirismo tecnológico e pela criação de uma família inteira de veículos que se tornaram parte da paisagem e da memória afetiva do país.

1976: O Lançamento e a Quebra de Paradigmas

Baseado no Fiat 127 italiano, o 147 brasileiro foi adaptado para as condições de rodagem do nosso país. Ele chegou trazendo um pacote de inovações que eram inéditas para um carro de seu porte no Brasil:

Motor Transversal e Tração Dianteira: Diferente de seus principais concorrentes (Fusca e Chevette), o 147 tinha o motor na frente, em posição transversal. Isso permitia um aproveitamento de espaço interno espetacular, com mais de 80% da área do carro dedicada aos passageiros e bagagens.

Motor Fiasa: O moderno motor Fiasa (sigla para "Fiat Automóveis S.A.") de 1050 cm³ e 55 cv, tinha comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada, uma novidade que o tornava mais silencioso e eficiente.

-Suspensão Independente: Possuía suspensão independente nas quatro rodas,






1979: A Revolução do Álcool e a "Frente Europa"

O Fiat 147 entrou para a história mundial em 1979. Em resposta à Crise do Petróleo e impulsionado pelo programa Proálcool do governo, a Fiat lançou o primeiro carro produzido em série no mundo movido a álcool (etanol). Este pioneirismo colocou a engenharia brasileira em destaque e iniciou a era dos combustíveis renováveis no país.

No mesmo ano, a linha 147 recebeu sua primeira grande reestilização, que ficou conhecida como "Frente Europa". O carro ganhou uma frente mais inclinada, faróis retangulares e uma nova grade, modernizando significativamente seu visual.

Versões para Todos os Gostos

Ao longo de sua vida, o 147 teve inúmeras versões, das básicas às esportivas:

147 L e GL: As versões de entrada e intermediárias, focadas no uso diário.

Rallye (1978): A icônica versão esportiva. Com motor 1.3 de 61 cv, faixas decorativas, faróis de milha, volante esportivo e painel com conta-giros, era o sonho de consumo dos jovens.

GLS (1979): A versão de luxo, com acabamento mais refinado, rádio e outros itens de conforto.

Top (1983): Uma versão bem equipada que marcou a fase final do modelo.







1983: A "Frente Spazio" e a Família Completa

Em 1983, o 147 recebeu sua última grande atualização visual, com a frente herdada de sua nova versão de luxo, o Spazio. O design contava com uma grade de plástico preta, para-choques maiores e um visual mais alinhado com os carros dos anos 80.

Foi também nessa época que a "Família 147" atingiu sua plenitude. O pequeno notável deu origem a diversos outros veículos:

Panorama (1980): A perua (station wagon) de duas portas, que combinava a agilidade do 147 com um imenso porta-malas.

Fiorino (1979): O furgão e a picape leve para o trabalho, que se tornou um sucesso absoluto e teve uma vida muito mais longa que o próprio 147.

City (1978): A primeira picape derivada do 147, antes de ser rebatizada de Fiorino.

Oggi (1983): O sedã de duas portas da linha, que oferecia um porta-malas separado, mas teve vida curta.



O Fim de uma Era e o Legado Duradouro (1986)

A produção do Fiat 147 e de suas versões hatch foi encerrada em 1986, após dez anos de sucesso e mais de 1,2 milhão de unidades produzidas (somando todos os derivados). Ele foi substituído por seu sucessor natural, o Fiat Uno, que já estava no mercado desde 1984.

O legado do Fiat 147 é imenso. Ele não apenas marcou a chegada da Fiat ao Brasil, mas também introduziu conceitos de design e engenharia que se tornaram padrão. Foi um carro pequeno em tamanho, mas gigante em sua importância, que motorizou o Brasil com inteligência, eficiência e uma dose de charme italiano.




















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